quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Quase madrugada.

A vontade de escrever anseia ao meu redor. O vinho está acabando, e a esperança de o dia raiar e o sol se portar majestoso por entre as grades da janela do meu quarto está crescendo junto com minha insônia.
Enquanto a carícia de uma mão familiar se espalha pelo meu cabelo, começo a pensar em todas minhas atitudes e pensamentos, nas minhas fases e indecisões.
Pessoas que mal conheço querem se tornar amigáveis, pessoas na qual tenho total intimidade se afastando e criando uma barreira de ilusões entre nossos corpos.
E em um determinado momento em que o cigarro está para acabar e passa a queimar meu dedo, uma brasa de realidade me invade por inteiro e me recorda que o grande mal de todos em meu ciclo sou eu mesmo. Eu os levo para o abismo, para a falência súbita e para seus mais ordinários pensamentos.
Todos estão cientes disto. Assim passam a um estado de auto-mutilação interna na qual não estou muito entusiasmado a presenciar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Essas perguntas da minha vida.

Nossos erros realmente nos fazem pessoas melhores? 
A necessidade do acerto me domina, o tal do perfeccionismo.
E daí que eu não sou a pessoa mais correta do mundo?
E daí que eu não agrado a ninguém? 
Está aí o grande engano da sociedade: Minha concepção de certo, pode ser sua certeza de errado.
O que seria de todos sem os erros? Seriamos perfeitos.
Porém, qual o sentido da perfeição? Tornar as pessoas sem graça, sem um motivo na qual buscar? Sem aquele anseio por melhorias? 
Em que parte da nossa célebre mente ficariam os questionamentos? São eles que nos fazem correr, andar, respirar e procurar. 
Procurar por o que exatamente? Se soubesse a verdadeira resposta para isso, eu não possuiria uma mísera faísca de necessidade de estar aqui desabafando.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O desânimo se junta com a carência de falta de responsabilidade e assim formam um casal perfeito onde o filho que está por vir se chama desesperança.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eu ou você?

Eu acho que tudo que eu precisava era de um amor, talvez um desamor seja menos complicado. Ainda mais para um ser frio e anti-sentimental como eu.
Porém o que eu realmente espero das pessoas é que elas causem uma mudança trágica em minha insignificante vida. Ou, eu mesmo que tenho que provocar essa modificação nelas.
No entanto, estou farto de ter que tomar iniciativas, apenas quero deitar nos braços de alguém e me deleitar aproveitando o momento raro de descanso. Sem ser obrigado a dizer 'Eu te amo', sem a necessidade de dizer que estamos em um namoro. Sem pensar no depois. Sem pensar que posso fazer essa pessoa sofrer até ela pensar em suicidar-se. Apenas peço que tal pessoa me faça uma pessoa melhor.
É, eu acho que preciso que me façam sofrer também.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Meu fascínio por eles.

Os olhos. Como dizem alguns, eles são a janela da alma. Seguindo este raciocínio, podemos dizer que a boca é a porta de entrada, já que temos que engolir muitas infantilidades e inutilidades. Mas, voltando aos olhos. Eles são dignos de uma homenagem, não há parte da anatomia humana que me encante mais. A única maneira de desmascarar farsas, perceber alegrias, realizar sonhos, planejar objetivos, animar-se em um dia chuvoso. Em minha singela opinião, as partes mais importantes de nós. 
Além de encantar-me, fascinar-me, eu tenho uma certa fieldade como a um santo. Não acho palavra melhor para descreve-los se não maravilhosos. 
Fácil perceber modificações em suas expressões, nos mostrando a felicidade, começam a brilhar como nunca. Sobre aquele enfurecimento por motivos alheios, tomam uma posição de negritude e nebulosidade que só conseguimos ver linda imagem igual em casos extremos. Já naquele momento de excitação passam a uma inigualável forma de sedução, transportando nossos sentimentos mais internos para nossa face com um piscar deles. Já parou para observar se os seus estão transmitindo a mensagem desejada?
De alguns indivíduos me passa tamanha tranquilidade que me remetem a uma infância nostálgica que pode nem ter existido.
O grande mistério dos límpidos olhos bicolorais. Por estes eu me apaixono com um garoto de 12 anos pela sua professora. E os seus são exatamente assim.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tardes vazias, alheias escolhas.

Com o passar do vento em meus cabelos, retomo aquela vontade insignificante e rotineira que tenho todas as trocas de estação. 
Só queria estar em uma prainha qualquer, com todo o tempo do mundo apenas para não fazer nada. Ingerir algum tipo de álcool, baforar umas tragadas de cigarro e pensar.
Necessito esse tempo para minha cabeça, preciso que me deixem viver algumas frações de horas para nada. Apenas no nada, apenas para o nada, sem responsabilidades momentâneas, e sim com um enorme e prazeroso vazio.

Spend more time.

Pesado como uma pena, leve como a brisa, desta maneira você vai esvaindo-se de minha vida. Tudo o que se passa durante um relacionamento, por mais curto que tenha sido tal, deixará marcas eternizadas pelo tempo.
Será difícil toda e qualquer possibilidade de esquecer nossos momentos, porém, será o melhor para todos.
Continuando, revivendo, lembrando e talvez até se arrependendo. Mas o que foi escrito em minha pele ficará para sempre.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Até quando?

Eis que nas profundezas de minha insana mente surgem necessidades irremediáveis na qual sou obrigado a conviver. Porém, não seria tão simplificada nossa relação. Há algo que sempre aparece, um cajado para me sacrificar. Uma questão.

E agora Juvenal?

E qual o limite do apaixonar-se? Qual seria o padrão a se seguir em uma situação como esta? Eu, na qual sempre possui as devidas respostas para gerais incógnitas em minha vida, estou falecendo aos poucos com esta falta de sentido.
Dois. Esse sempre foi meu número, sempre simpatizei com ele. Porém agora, ele me martiriza, faz com que a relação entre meu emocional e meu racional se colidam em um só. Abala toda a minha ciência de um velho sábio. Onde foi parar toda aquela perspicácia? Todo meu jogo de amor manipulação simplesmente me abandonou fazendo com que eu fique só em uma velha estrada iluminada por fracos refletores amarelos e sombrios. 
No momento, eu só almejo que alguém tome uma iniciativa, qualquer alguém. Mesmo que essa atitude deixe marcas sangrentas em minha pele branca. Mesmo que ela faça valer a pena meu pranto.
Novamente eu passo a ser o principal prêmio de um leilão. "Quem dá mais? Quem pode responder minhas perguntas?" " A moça ali do canto levantou sua placa. Espere, o rapaz ali também entrou na disputa. Disputa acirrada." "Opa, temos um ganhador?"
Eis o problema, ninguém leva a medalha de ganhador. E agora? Que rumo vocês me propõem?

E então,

... quando toda a decepção se dilui no pequeno resto da fraca esperança de melhoria, todas as percepções passam a fazer o mínimo de sentido em sua existência.
Percebe-se uma notável transformação de fora para dentro, e externamente para internamente. As velhas amizades amareladas se fazem por merecer, contudo as joviais e coloridas se tornam mera ilusão de dever cumprido.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Abismos.

Com o toque de sua pele na minha, e o olhar inacabável de compreensão estampado em sua face, adormeci. Adormeci na esperança de eternizar este momento, de nunca mais ter que esperar para vê-la. Terei que fazer um grande esforço para que minha natureza não me leve a esse abismo a qual denomino você. O abismo da sobriedade e felicidade.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

As simples coisas te mantêm vivo.

Num banco de praça, enquanto alguns latidos de cães se misturavam com o plangor de crianças, e a gravidade insistia em não deixar que as folhas secas permaneçam em seus determinados galhos, estava eu. Apenas pensativo, e aproveitando o sufoco de cada tragada de fumaça cinza de meu cigarro. Eis que ressurge a imagem de uma vida cheia de glórias, sucesso e triunfo. Então a hesitação se espalhou pelas veias de meu intelecto e me causou uma certa embriaguez pós-escolhas.
Minha única saída seria um ato de desespero na qual não seria capaz de fazê-lo neste momento, levantar de meu banco e ir para casa.
O máximo que conseguia fazer era padecer imóvel, elogiando para mim mesmo o dia lindo que rotineiramente passava em minha volta. E para contradizer qualquer padrão pré-estabelecido, os ruídos que antes melindravam-me, era o exclusivo motivo que me mantinha ofegante e vivo.

Só mais um desabafo sem sentido.

Quando falam de minhas crenças, percebo o quão descrente sou. Sabe quando você se acha o individuo mais forte e perspicaz deste mundo, e de repente vem alguém e te faz enxergar, que você não é tudo isso e está mais confuso que um bebê recém-nascido? Sim, ela simplesmente me comparou a um bebê. E o pior, eu percebi que a cada sonância que saia de sua boca, era como um punhal atravessando-me ao meio. Eu sabia que todas aquelas palavras eram autênticas e condizentes com minha personalidade. Porque me iludi tanto por muito tempo? Eis a questão, iludi-me com o que exatamente? Eu sempre soube.

O desmaio.

Verdades sejam ditas, quando me afrontam, eu perco meu chão. Sem nenhum tipo de apoio, acabo caindo em um demasiado sono. Isso mesmo que aconteceu no dia de hoje. Pude experimentar a sensação de ter minhas ideias fixas desafiadas e não resisti, desmaiei. Sinceramente, a mistura de sentimentos que se passa dentro de mim, foi o fator X para tal inusitado ocorrido. Eu não percebia, mas eu sou menos forte do que eu imaginava.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Vida ou morte.

O cigarro entre os dedos,
a sua voz em meus ouvidos,
sua loucura me dominando.
Os versos e as palavras surgindo,
um som qualquer no fundo.

Os vermes apenas aguardando
nossa lenta e dolorosa caída.
O vento esperando para uivar
em nosso funeral nublado
com risadas maléficas de
orgulho e vitória.

E nosso renascer.

Rabiscos em meu caderno amarelado durante uma conversa.

"Alguma coisa que me faça rir mesmo estando embriagado de álcool depressivo.
Algo em que acreditar apesar de estar cego de desesperanças dissolvidas em gelo.
Algo para fazer no sábado chuvoso mesmo que meu colchão solicite minha presença.
Algo que pode ter outro nome, ou sempre o mesmo... Você."

"As ilusões em água, os desamores em uísque, e meus desapegos em baforadas de nicotina."

"Falso poeta, hipócrita em todas as horas que não respiro. Sou a contradição em número, gênero e grau.

Voltei.

Ou não. Tentarei.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Desculpas e lamentações.

Venho até aqui para redimir-me. Pela total falta de tempo, e por outros motivos, não pude privilegiar-me para tirar dois minutos pra um dos mais saudáveis de meus vícios. Logo, voltarei a digitar neste teclado velho e quebrado. Por enquanto, o que me resta é desculpar-me.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Caros leitores.

Estou ciente de minha falta de criatividade neste último desabafo. Então, recolherei-me em minha própria angústia e talvez não tomarei mais seu precioso tempo ainda hoje. Bonum Nocte.

Um copo de desânimo e três pedras de gelo, por favor!

E quando os problemas passam a ser a prioridade em sua vida. Seu cigarro não supri mais a falta de animo. O uísque, que te transmitia a falha sensação de comodidade, não surti mais efeito algum.
Suas risadas passam a ser secas e amareladas, e o pior de tudo, é perceber a lástima dos outros para com você.
Você tenta voltar a ser a pessoa vivaz de antes de tudo acontecer, porém o máximo que consegue fazer é respirar. As coisas estão sem diretrizes e fechar os olhos aguardando é sua única saída.
Apenas um pensamente transita em sua mente: 'a que ponto cheguei?' E todas suas certezas e obstinações não são mais reais. Nada podemos fazer a não ser fingir uma falsa harmonia.
Sua vontade é pegar uma mochila com apenas uma muda de roupa, e simplesmente passear pelo velho mapa que você guarda na última gaveta. Então você o procura e percebe que a última gota das esperanças está justamente naquela gaveta. Esquecida. Então você a ignora. E volta para a surrada poltrona da sala, e se afunda em lamentações misturadas a lágrimas, soluços e sons da televisão.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Talvez um futuro livro.

"E naquela noite fria, onde todos os corpos repousavam em seus leitos, eu estava lá, em pé. Despertado em meu recanto solitário da parte mais alta da cidade, apenas observava. Meus olhos rapinos, acostumados com a total escuridão, miravam um certo casal perambulando pelas ermas ruas. Logo seguindo os dois indivíduos, uma senhora e seu cachorro. Nenhum destes personagens protagonistas de suas próprias encenações, poderiam imaginar o que estava por vir. O mais assustador, maléfico e horroroso ato que um humano poderia cometer. 
Possivelmente, aquilo não me assombraria. Não para um intelecto acostumado com toda podridão de uma metrópole. Foi então, que percebendo o fato, quase a ser ocorrido, pus-me em movimento.
Entretanto, seria tarde de mais, e eu já saberia que não conseguiria chegar a tempo, porém, ainda assim, resolvi interferir.
No exato momento em que me dispus ereto em frente á todas àquelas partes embaralhadas da anatomia humana repletas do vermelho mais colorido que já se viu, percebi o quão gasto e vagaroso me tornei. Nada mais eu poderia fazer para manter a calmaria anormal de minha treviana cidade. Estou fenecendo aos poucos."

Falsos! Mentirosos! Sacanas!

O lenitivo consolo de desapego. O desabafo. A forma mais pura e limpa de se livrar dos problemas. Conversas e conversas. Diálogos sobre assuntos aleatórios, e seu grande poder de persuasão acima de qualquer ato facultativo da mente humana.
Seres humanos e sua ingênua fraqueza. A ilusão de capacidade, de força e de orgulho. Tudo isso se desfaz como açúcar em água, a partir do momento em que uma mentira é descoberta. Sua farsa cai ao chão, sua capa voa e você fica desabrigado de sua única arma de manipulação. Você não é mais o mesmo, todas suas crendices e aceitações submergem em um mar de escuridão, na qual, demoram eras e mais eras para você conseguir mergulhar e resgatar tais crenças. O atrevimento, a insolência retornam para seu estado espiritual prioritário e assim que a confiança depositada em você começa aumentar, você volta com seus planos e jogos. Sua rede de fraudes e imitações virou sua realidade mais uma vez, todavia, desta vez já está imune de qualquer erro e descuido. Agora sim você está forte, e vangloriar seus feitos é seu maior objeto de altar. Sim, sacrilejando todas estas conquistas que não passariam de vergonha para uma pessoa normal. Porém, quem é o normal desta estória?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Estações ou pessoas?

As estações passando por nossas vidas são como as pessoas. Passam, repassam, e voltam. E o pior de tudo é que sabemos exatamente seus movimentos. São tão previsíveis que chegam a um nível de perder a graça. Não as estações, e sim as pessoas. São chatas, odiáveis, repugnantes e estressantes, porém, não seria possível nossa sobrevivência sem as mesmas.
Como as estações, as pessoas acabam por deixar marcas depois de sua rápida passagem por nós.
O inverno deixa a saudade do frio, a vontade de deitar sob os cobertores assistindo um bom filme e tomando um quentíssimo chocolate-quente. Assim também são os indivíduos, nos deixando nostálgicos, com aquele sufoco no coração pela mera sensação de saudade, que após a chegada de uma nova estação some.
O outono poderia ser comparado àquelas pessoas que nos fizeram bem. Fazendo com que as folhas secas e velhas do nossos sentimentos fossem embora para dar entrada ás novas.
Já o verão, remete-nos àquelas que nos fizeram rir, que podem até ter nos queimado com sua radiação solar, porém estamos sempre ansiosos para vê-las.
E a primavera, são as que permanecem até hoje, sim, a primavera é a total mistura das quatro estações, ou seja, as que mais merecem estar do nosso lado.
Porém, todos são passageiros.

"De baixo dos caracóis."

Eu quero me esconder em baixo de seus cabelos, fazer deles minha proteção. Para que ninguém mais me veja, ninguém mais me incomode e que não vejam nada além de você. Assim todos perceberão que somos um só. Inclusive você.
Nossa afinidade mostrará, com o decorrer dos ponteiros do relógio, que combinamos, apesar de que nossos gostos não fechem. Nós afinal, temos o que compartilhar. Nós, do nosso jeito, nos fazemos feliz.

Nada bucólico.

As pessoas estão entupindo os esgotos da cidade de mentiras e hipocrisias. Os alagamentos já se iniciaram. E todos estes excrementos voltam para seus verdadeiros proprietários.
As ruas estão sujas de toda esta violência. A cada cinco passos vejo gotículas de sangue eternizadas nas pedras do calçamento. Milhares de estórias essas calçadas poderiam contar, tantas que se falassem escreveriam um livro. Prédios de falsidade e corrupção erguem-se a cada pôr-do-sol, e sempre um superior ao outro, como se disputassem o título de protuberância. E seus donos cada vez mais vangloriados pelo feito. Sem perceber que em alguns instantes tais prédios cairão sobre eles mesmos. Os esmagando em um rio de lama, onde não será possível a respiração, muito menos uma tentativa de socorro. Será tarde demais.
Eles morrerão em seus próprios podres. Em suas próprias façanhas. Em seu alter ego.

Back to the world.

Com um complexo humor indecifrável, inicio meu tempo presente. Nem eu o tentei descobri-lo ou decifrá-lo, então eu peço que ninguém o tente. Só presumo que sejam os primeiros instantes do dia, a qual estou dando um prazo para que a cabeça comece a cogitar, discorrer, ruminar, refletir e funcionar. Uma leve agulhada que se manifesta de cinco em cinco segundos, me acompanhará durante este longo dia chuvoso. No entanto, isto é uma questão de querer que ela continue, ou simplesmente suma.
Eu iria terminar com um singelo 'Bom Dia', mas tal expressão me remete a um dia de sol, dia de folga, um dia consideravelmente feliz, para algumas pessoas, o que não combinaria com o dia nublado e úmido de hoje. Então, que tenham o dia que merecer.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O ato de fechar os olhos.

Pousar a pesada cabeça em meu travesseiro como antigamente, não é mais factível. Obter os mesmos resultados de descanso de uma longa noite, não conseguirei. O denominado 'Peso na Consciência' não me permite isto. Todos os crimes, todos erros, todas as figuráveis gotas de sangue derramadas por minha conta, minha eterna culpa. Acabei por me acostumar com essa variedade de devaneios que me flagelam pouco a pouco na escuridão de meu humilde quarto. Esta noite não será diferente, pernoitarei em claro. Pensativo, observador, e inerte em meu leito. Pode ser que seja minha última. Habituei-me com essa teoria.

Importante, importante, fútil.

Qual o real sentido do termo Importância? Quem realmente quer ser importante? E para quem?
Eu só queria ser notado mais uma vez, como já experimentei tal situação. Nada me tira da cabeça essas questões.
O que é importante para mim? Quem, por exemplo, sentiria minha falta no caso de minha morte súbita?
Na verdade ninguém é importante para todos, somos importantes para as pessoas certas.
Mas, quem dera, eu ser o sonho de consumo de alguém, ou ser a pessoa mais importante na vida dela. Não apenas ser aquele velho solitário viciado em escrever e em cigarros.
Desejos. Crises existenciais, ninguém as entende como eu. Amigos íntimos, é o que somos.

La pioggia.

E a chuva de novo. Eu sinceramente, tenho uma atração inexplicável por esse fenômeno  natural. Todos os meus planos, todos os objetivos, eu os idealizo em minha mente, em um dia chuvoso, cinza. Isso ocorre provavelmente por todas minhas lembranças possuírem a mesma característica. Chuva. É nela que as coisas acontecem. Claro, tudo fica mais difícil com ela, mas não é esse o legal da vida? A dificuldade, as barreiras. As limitações de um dia cinzento e úmido, não, as ilimitações. Tudo continua igual, possível, acessível.
Parado na chuva, sob minha única proteção chamada guarda-chuva, eu consigo pensar além de todo pensamento padrão, além de todo o conhecido e comum. Pois é,  chuva pode ser a minha definição de perfeito. Ou mesmo, a minha característica peculiar. Desde a primeira gota fria que cai, ela é minha, é de todos, quiçá nossa única semelhança. Imutável e soberana, ninguém a detém.

Rain.


E com a chuva caindo, derrubando alguns castelos de barros feitos por crianças lá fora, e o vento uivando em meus ouvidos, despertei de uma longa noite de emoções expressas em sonhos. Não recordo-me ao certo se foram emoções positivas ou negativas. A única coisa que tenho certeza, e que notei ao abrir os olhos um tanto inchados, era o sorriso que pairava em meus sinuosos lábios. Sem alguma explicação, ou mera tentativa de conclusão, comecei meu dia e minha semana feliz. É provável que isso mude no decorrer do dia, porém, já que me encontro neste estado, aproveitarei-o um       pouco mais. Sorrindo, e trabalhando em meus deveres.

domingo, 3 de junho de 2012

Um tanto depressivo.

Hoje, especialmente hoje, por alguns minutos parei para pensar sobre o quão assombrosa é a Morte. Na realidade, estava compartilhando meus pensamentos com minha namorada. Eu falava o quanto eu abomino qualquer ideia sobre Morte e suas derivações. Foi ai que ela mencionou uma parte de algum tipo de texto ou livro: 

 "When you don't want to feel, death 
can seem like a dream. 
But seeing death, really seeing it,
 makes dreaming about it fucking ridiculous."

Tudo o que nos resta, é esperar, aguardar lentamente. Nada podemos fazer a respeito. Toda aquela sua força perante os outros, todas suas artimanhas de enganação não serão suficiente. Nada será suficiente diante dela. A mais tragicamente linda sensação. A mais bela de todas as fases. A Morte te faz remanescer em comparação á todos. Te faz parecer um mero inseto prestes a ser pisado, implorando para que não ocorra. 
E enfim, você começa a pensar em tudo o que já fez, deixou de fazer. Nos arrependimentos, nas lamentações, nos beijos, nos sorrisos, e lágrimas. Você lembra de toda vez que derramou lágrimas, lembra que na maioria das vezes essas lágrimas não possuíam uma causa que realmente ás merecesse. Mas agora sim, você é digno de derramar tais lágrimas, agora sim elas valem a pena. Agora sim, você pode fechar os olhos e deixar tudo correr seu curso natural sem meras preocupações com padrões sociais, consequências ou qualquer tipo de culpa. Neste momento, em que você pode realmente respirar. Você sente como se estivesse livre, sente como se flutuasse. Nada pode te impedir de puxar o gatilho. Nada impedirá que acelere, que dê um passo a mais. Nada pode te impedir de sorrir. Nada. Ou tudo. Momentos decisivos. E de repente a luz de sua sala se acende. Então você desperta deste sonho chamado Vida. 

Nothing mom, nothing.

Nostálgico como minha mãe lavando a louça. Tudo o que eu almejo é um pouco daquele sentimento materno me sufocando com braços e abraços. Sinto a melancolia se espalhando pelo ar em minha volta como aqueles pincéis sujos de tinta aquarela sendo tocados na tela de qualquer pintor suburbano e viciado. O frio nos remete à sentimentos antigos, antiquados e de nossa infância. Minha mãe pousava sua cabeça já cansada do trabalho caseiro, no lastro da porta de meu quarto e fazia perguntas como: 'O que está fazendo?' 'Quer comer algo?' 'Está na hora de tomar banho, não é?'. E tudo o que me restava era responder secamente suas retóricas perguntas que apenas queriam puxar assuntos aleatórios comigo.
Bordões dizem que só damos valor após perder. No entanto, eu ainda não a perdi, apenas não convivo o quanto eu gostaria com ela. E desde aquele momento de despedida, na qual tive, obrigatoriamente, que largar de sua mão, eu já sabia que faria falta acordar todo dia cedo, vê-la dormir um pouco a mais.
Saudades, o que me cabe neste momento.

Eu juro.

O exato momento mais angustiante, compensador e sarcástico. Eu que me digo tão experiente, agia mais como uma criança na qual acabou de ganhar seu brinquedo predileto e jura mante-lo para sempre sob seus cuidados.  Tudo o que se passava em minha mente era poder fazer o certo.
E então, compreensiva e ironicamente, percebi o leve sorriso nos cantos de seus lábios saudáveis. Nada mais eu queria naquele segundo a não ser que ele durasse a eternidade. Você me faz tragicamente feliz com esses gestos um tanto manipuladores.

sábado, 2 de junho de 2012

Error 404 not found.

Eu tenho total discernimento de que esta imagem não tem muito a cara deste blog, porém, este blog é meu, então quero postá-la.



sexta-feira, 1 de junho de 2012

E você reapareceu aqui.

"Odeio a curva do sorriso irônico que pinta seu rosto antes de me beijar."
E foram com estas exatas palavras que ela fez surgir, ressurgir, e brotar um pequeno sorriso no canto de meus lábios já secos de tanto frio. É incrível como minha possível bipolaridade não se decide quando converso com ela. Eu consigo odiar o mundo e amá-lo a ponto de plantar árvores em todas as ruas cinzas da cidade. Eu acabo deixando de lado todas imperfeições que, eu, como um bom observador, notei antes mesmo de conhece-lá. Eu simplesmente a odeio.

Idiota.

Você é uma das únicas esperanças que me restam.

Eles tentam, mas não. Melhor não.

Sinto um leve assopro de depressão em meus ouvidos. Algo em que nem o mais profundo psicólogo poderia descrever. Algo tão sutil e tão atormentante que me causa um extenso pavor.
Os demônios sem esqueletos e impalpáveis estão de volta, me chamando, suspirando, querendo-me. Eles pensam que podem me derrubar, ou ao menos me deixar por baixo. Talvez sejam eles o certos e eu o 'malvado' de todo este velho filme Frânces. Possivelmente eu que não seja o digno das pessoas, de seus afetos e de suas contribuições para arrancar com todas as forças, um sorriso do meu rosto. Quiçá eu atropelo e afasto todos com essas frases psico-populares. Sim, sou eu mesmo que necessito deste afastamento, deste tempo, deste silêncio. 
Coloco fones de ouvido para não escutar toda esta alteração e agitação do mundo por fora da janela do meu pequeno apartamento, contudo, isso não passa de uma mera sensação de alívio perante todos. Eu não me sinto aliviado, nem um pouco. Estou sentindo um misto de hiperatividade, alegria, choro e um pouco de ventania dentro de meu estômago.Para apartar esta situação vulnerável nada como minhas 'boas e velhas' companhias de noitadas, as tragadas de meu cigarro.

Meu tipo?

O sentimento de sufoco, tente explicá-lo. Uma previsão, um pressentimento. Estou sentindo como se algo estivesse completamente fora de minha zona de conforto. Mas, enquanto pousava minha ilustre cabeça pensante em meu travesseiro branco de penas de ganso, passei a estabelecer limites para tal zona. Foi aí que escutei de longe, um suspiro que tentava me dizer algo, um suspiro abafado tentando chamar pelo meu nome. Era agonizante até para mim tentar escutá-lo, e então fui percebendo um certo porém. Colocar limites em zonas de nossa consciência são extremamente desnecessários. O vocábulo 'limite' já nos prende a uma padronização. Imagine então impor limites para uma zona de personalidade. Seria totalmente inadmissível esta tamanha loucura para mim, eu teria que continuar o resto de minha curta vida com a culpa, a culpa de limitar-me. E isso, não faz o meu tipo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mais uma vez não consigo escrever algo que não seja sobre você.

Apesar dos pesares. Chuva de toda manhã. Vento do leste. Fumaça de um cigarro. Enjoativa. Repugnante. Chata. Estressante. Chamativa. Escandalosa. Louca. Sorridente. Ranzinza. Etérea. Gostosa. Repugnante. Ah sim, quanta repugnância. Quanta personalidade. Quanta loucura. Quantos pensamentos. Quantas palavras. Quantos cigarros fumados por sua causa. Quanto melodrama. Quanta frescura. Quanto gostar. Quanta afinidade. Quanta insegurança. Quanta segurança vinda de você. Quanto eu te quero. Quanto eu quero seu corpo desnudo em meus lençóis. Quanto eu te desejo. Quanto eu te espero. Quanto eu aguento. Quanto bla bla bla para te descrever. Impossível. Impossível não rir com você. Impossível não ter raiva. Impossível não te denominar uma babaca. Impossível não fumar mais um cigarro por você me fazer escrever isso. Impossível te descrever, nos descrever, descrever a situação. Um mero sonho, pesadelo, ilusão. Uma satisfação viver este pesadelo. Uma satisfação escrever sobre você e saber que você lerá e pensará: 'Mas é um idiota, mesmo'. Certezas suas, incertezas minhas. Certezas minhas, incertezas suas. Dois pólos em menos de um minuto. Bipolaridade não seria a palavra. Apenas louca. Apenas nós. Apenas viver.

felicità.

Felicidade se dá ao simples fato de sorrirmos. Após muito pensar e pesar, não. Felicidade é apenas uma palavra, então a conjuguemos:

felicidade 
(latim felicitas, -atis

s. f.
1. Concurso de circunstâncias que causam ventura.
2. Estado da pessoa feliz.
3. Sorte.
4. Ventura, dita.
5. Bom êxito.


Pois é, felicidade não passa de um estado em que você se encontra. Mais precisamente quem escreve e descreve esse estado, somos nós. Infelizmente. E não seria tão simples isso? Não. Apenas os dominadores de suas próprias mentes que o fazem com facilidade.
Eu me arriscaria dizer que encontro-me feliz. Meramente feliz. Momentaneamente feliz. O que eu desejava há duas semanas atrás está concretizando-se. Não que fosse uma prioridade em minha vida, e sim algo que me completasse. Clichês, clichês e mais clichês. Então, como sou um tanto contraditório, digo que não estou inteiramente feliz.
O que eu poderia descrever como felicidade por meu conceito neste exato segundo?  Seios. Brancos. Proporcionais. Ou seja, seios.



Você.

Não sei ao certo se isto já estava previsto, ou se apenas aconteceu. Eu almejava isso desde pequeno? Na verdade acho que foi um instante de loucura que deixou consequências. Consequências benignas, claro. Porém, no momento, a única linha de pensamento me leva a você a exemplo de uma correnteza que leva um corpo desnudo sem batimentos.
Eu sempre fui inconsequente, porque me tornaria diferente agora? Pois é, inconsequente como uma corda prestes a se partir. Nem que eu queira, falar de você não tem sentido. Você não tem sentido. Me fazendo rir e enraivecer, meu calmante fitoterápico humano. Minha.

Society


Interpretações falhas em julgamentos desnecessários.
O que mais poderei fazer?
Se ao menos tivéssemos chance de debater a altura.

É na chuva que nos entendemos.

Com o gritante sussurrar da chuva em meus ouvidos, pude despertar-me no dia de hoje. Tudo o que pensava durante a noite, todas as ideias concretas em que planejei milhares de coisas, foram simplesmente apagadas de minha célebre mente. Um novo se iniciava, como todos os dias. Coisas diferentes surgindo, promessas novas, ideais sendo idealizados, realidades se difundindo em fantasia. A cada abrir de olhos, um segundo e uma vida se passaram, nada mais é o mesmo, porém tudo permanece intacto e despercebido entre os outros. Essa é a mais provável maneira de proteção. Uma máscara.