segunda-feira, 6 de julho de 2015

Você no meu lugar?

O que você faria se percebesse que está com depressão?
No que você se agarraria para sair dessa situação?
Qual atitude mudaria a partir do próximo amanhecer?
Como agiria perante os outros?
Qual caminho seguiria?
E se você se olhasse no espelho e tudo que visse fosse um esboço do que nunca quis se tornar?
Mudaria o visual e deixaria esse pensamento para lá?
Cortaria o cabelo na tentativa de esquecer esse sentimento?
Se convenceria de que você é a pessoa mais linda desse planeta?
O que você falaria para sua família se descobrisse que não sabe mais o que fazer para sair dessa?
Qual seria sua reação ao se deparar com uma bifurcação na sua estrada e tentar escolher um caminho e não saber pra que lado ir?
Quantas vezes você já se pegou nessa situação?
E se eu te dissesse que isso acontece todos os dias com algumas pessoas?
Você diria que é apenas cabeça vazia ou que isso é apenas uma frescura?
E caso você se encontrasse dentro de uma sala de uma clínica psiquiátrica recebendo medicações e mais medicações?
Se você parasse em um momento da sua vida e percebesse que está cada dia mais dependente químico e tudo que sabe fazer é correr para sua gaveta pegar um calmante?
Como você sairia dessa 'sinuca de bico' ao perceber que não sabe mais o que fazer?
Onde buscaria esperanças quando tudo que você consegue ver é sofrimento e escuridão em um futuro sombrio sem dignidade?
E agora, o que você me diz?

domingo, 5 de julho de 2015

Não sei se deveria, mas me sinto confortável...

Sinto uma profunda escuridão em mim. Porque tanta melancolia? Pra que tanta solidão e vazio em mim? Me pergunto sempre se estou, de fato, tão sozinho quanto sinto estar. Na madrugada, principalmente, sinto uma tristeza sem explicação. Não sei de onde ela vem ou qual o motivo, apenas sinto, e como sempre faço, acabo sentindo ela com intensidade dentro de mim. É como se eu tivesse um buraco gigantesco de trevas dentro do meu coração e parece que nada vai preenchê-lo. Em alguns momentos preencho-o com distrações momentâneas, mas nunca deixa de ser momentâneo.
Um dia talvez esse buraco vai consumir meu ser por inteiro e o Lucas deixará espaço apenas para o escuro. Neste momento não sei o quanto restará de mim, se existirá uma fagulha de luz em mim. Isso me dá uma tristeza tão grande, porque eu tenho sede de viver, de sentir, de ser, porém sei que se esse dia chegar nada disso será o suficiente e eu estarei enterrado em meus pensamentos macabros e escuros, com uma bebida no meu copo tentando suprir a falta de vida e um cigarro entre os dedos. Que cena deprimente para um garoto de 21 anos que ainda sonha em viver intensamente cada segundo dessa vidinha miserável. Que cena triste de se colocar. Que depressivo. Costumava dizer que a depressão seria a doença mental menos provável que eu teria, mas ultimamente minha mãe tem me perguntado se não é ela que me faz sentir o que sinto. E tenho cada dia mais pensado que ela está certa. E se eu estiver com depressão? Mais uma vez vou me enfiar nos remédios químicos psiquiátricos que me fazem tão mal? Mais uma vez serei o garoto que frequenta o psiquiatra e que a cada consulta sai de lá com uma leva maior de remédios? Mais uma vez serei o garoto problema da família? Não posso ao menos ser normal algum dia? Ao menos não ter que tomar remédios ou me drogar com alguma coisa para que eu não sinta o que tanto sinto? Será que algum dia deixarei de ser essa sacola de sentimentos sempre cheia? Algum dia os tantos pensamentos por segundo deixarão minha cabeça? Algum dia viverei satisfeito e sem me preocupar ou pensar em tudo? Algum dia serei menos desse mais que sou hoje?


Ultimamente minha maior vontade é não viver, sabe, ficar na minha cama, com meus pensamentos, com meu cigarro e minha própria companhia. Sem precisar ter que pensar mais e mais e mais em tudo tudo tudo. Acho que meu cérebro está entrando em parafuso. Só queria sumir do mundo por um tempo, me afundar um pouco no meu próprio ser e não obrigar ninguém a me suportar. Só queria dormir por alguns dias seguidos pra parar de produzir, pensar, sentir, sofrer. Aquela minha velha sensação de que minha morte está próxima parece ser tão reconfortante que me assusta. Parece que essa seria a solução de tudo, e não só para os meus problemas, mas de todos. Mas eu sei que nem para isso eu tenho coragem. Não sou louco o suficiente para atentar contra minha vida, mas aceito minha saída deste mundo com muita tranquilidade. Estou aceitando minha morte rápida e que não vai tardar a chegar. Sei lá. Desculpa.

sábado, 4 de julho de 2015

Tem noites tão noites.

Tem noites que nem meu cigarro e uma bebida tiram esse buraco negro que parece existir dentro do meu peito e tudo que sobra no outro dia é uma ressaca depressiva de sentimentos afundados na madrugada anterior.
Tem noites que as lembranças criam asas e percorrem os lugares mais sombrios da minha alma, trazendo a tona erros comuns antigos me fazendo sentir um pesar gigantesco.
Tem noites que tudo que eu mais desejo é que a hora passe e algo novo aconteça para que eu me distraia e esqueça essas tristezas que se resultam em lágrimas.
Tem noites que tudo que consigo desejar é que meu corpo transcenda e eu deixe de ser eu mesmo e me torne algo melhor.
Tem noites que meus sentimentos ficam tão confusos que eles mais parecem um emaranhado de fios na minha cabeça do que uma linha de raciocínio.
Tem noites que eu espero o ar entrar em meus pulmões com um gosto diferente, mas nada acontece.
Tem noites que eu quero que tudo acabe e essa tristeza me deixe em paz e apenas me faça sorrir com leveza ao pensar na vida.
Tem noites que eu apenas sobrevivo até o primeiro raiar do sol ou até que o sono seja tão forte que meus olhos simplesmente fechem diante da televisão.
Tem noites que não tem explicação e por mais que eu me esforce pensando qual o motivo para tudo isso, eu acabou sempre no ponto de partida.
Tem noites que não tem fim.
Tem noites que eu esqueço.
Tem noites que eu choro.
Tem noites que eu continuo.
Tem noites sem esperança.
Tem noites que nada está legal.
Tem noites que me sinto a pior pessoa do mundo.
Tem noites intermináveis.
E tem as noites mais escuras que as outras. Noites como a noite de hoje.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

High all the time!

Um texto, uma palavra, um livro, uma poesia, tanto faz.
Algo a ser dito, nunca será ocorrido.
Preciso escrever, preciso desabafar, e então me encontro de frente para meu velho blog terapêutico.
Mas as toxinas do cigarro em meu sangue me fazem entrar em alguns dilemas quanto a mim mesmo.
Penso em todas minhas épocas de vida que já passaram. Penso em como pude ser tão fraco de abrir mão de minha própria essência para outra pessoa.
Penso em como pude largar uma vida inteira pela frente pelo simples conforto e luxo.
Isso nunca fez parte de mim, sempre fui tão livre.
Tenho sido mais desapegado também.
E eu que não gosto de me rotular, estou aqui, escrevendo o que sou.
As vezes me imagino dentro de um copo de alguma bebida qualquer, sempre a tentar escapar dos gelos boiando em minha frente e almejando chegar na borda do copo.
Ultimamente tenho realmente estado no fundo do poço, já que essa maré cheia de azar parece não querer me largar.
Meu pensamento positivo sempre me faz perceber quanto chão ainda tenho pela frente.
Quantas viagens ainda a fazer. Quantos olhos diferentes a encontrar. Quantos topos a escalar, escadas a subir, paisagens a adorar, pessoas a conversar, línguas a aprender, fotos a tirar, comidas a provar, cheiros a se deliciar, luares a se apaixonar, camas a adormecer.